Todas as
áreas disciplinares têm os seus heróis, os seus protagonistas, que marcaram a
História e as estórias da Humanidade .
“Rostos
com es/ his’tória” é um projeto interdisciplinar, implementado no 9º ano de
escolaridade, nas turmas H e I, na escola D. Luís de Loureiro-Silgueiros, pelos
grupos de EV, Português e História e integrado no projeto mais abrangente do
9ºano “ Olhos de ver”. No passado dia 30 de outubro decorreu a primeira etapa
do projeto: aprender fora da sala de aula. Os alunos saíram da escola nos
transportes públicos, acompanhados pelos docentes Delfim Figueiredo, Florbela
Cunha e Ana Paula Costa, e dirigiram-se ao Teatro Viriato, onde assistiram à
peça de teatro “O estado do mundo (quando acordas)”, de Inês Barahona e Miguel
Fragata, da companhia Formiga Atómica. Um espetáculo que nos prende até ao
último minuto e que nos faz refletir acerca do estado do mundo. Até que ponto
objetos do nosso quotidiano podem ser responsáveis por grandes catástrofes
naturais? “O Estado do Mundo (Quando Acordas)” coloca em cena relações de
causa-efeito entre pequenos gestos e grandes consequências.
Edi é um rapaz de 8 anos que consome e descarta muitas coisas, até
que recebe um convite inesperado… Nesse momento, inicia uma viagem por um mundo
invisível aos seus olhos, marcado pela crise climática.
No final do espetáculo os alunos puderam conversar com o encenador
Miguel Fragata e ficar a conhecer o processo de criação da peça de teatro e da
cenografia. De seguida, o grupo dirigiu-se a pé até à Galeria de Arte Contemporânea
Venha a Nós a Boa Morte, na zona
histórica, e os alunos puderam visitar a exposição coletiva Éter (que contém obras
de André Cepeda, Dayana Lucas, Diogo Pimentão, Gabriela Albergaria, João
Queiroz, Marisa Benjamim, Odete e Pedro Tudela) e ainda a exposição "Manual de Consciência: Caligrafias
sobre o Estado Novo" de Carla Filipe, que resultou de uma residência
artística da autora Carla Filipe, a convite da galeria de arte.
Num registo contrário à sua habitual prática artística
que incide sobre a história das resistências nas revoluções, a artista optou
por analisar o regime do Estado Novo, que vigorou em Portugal durante 41 anos
até ao 25 de abril de 1974. Carla Filipe criou um conjunto de 15 elementos com
recurso à técnica mista, através da colagem de recortes de imprensa da época,
da serigrafia de detalhes gráficos de revistas das décadas de 60 e 70 do século
passado e da tinta-da-china. O objetivo da mostra é “confrontar” o público com
o papel da mulher, a segregação social, a pobreza, a guerra colonial, a saúde e
a habitação em Portugal, sublinhou Sandra Oliveira, diretora da VNBM.
Depois do almoço, que decorreu na zona histórica em forma de
piquenique, os alunos visitaram de forma guiada o Museu Nacional Grão Vasco e
ficaram a conhecer melhor Grão Vasco, o Pintor e a coleção de pintura
renascentista do museu. Aprenderam quais foram os contributos dessas influências
na pintura antiga do Museu e quais são as caraterísticas da obra de Vasco
Fernandes. Depois da visita, o grupo realizou a oficina Da origem das cores ao
colorido da pintura, oficina que mostra o processo de elaboração das diferentes
cores utilizadas na pintura do Renascimento à semelhança da época.
No final da tarde, de regresso à escola, os alunos traziam a sua
bagagem cultural mais enriquecida em várias áreas. Aprenderam a importância da
preservação e da salvaguarda do Património Artístico; aperfeiçoaram a sua
sensibilidade estética; conheceram algum património histórico, arquitetónico e
cultural de Viseu; reconheceram a importância do passado para entender o
presente; conheceram melhor algumas personalidades do panorama cultural
nacional.